sábado, 28 de maio de 2011

Casar para que?



Quando oriento noivos que estão para se casar, esta é uma pergunta que geralmente é feita em algum momento durante as sessões. Geralmente são ouvidas com um certo espanto pelos nubentes, talvez por eles pensarem ser tão óbvio a razão de estarem se casando, afinal eles se amam e pensam que isto por si só basta.

As respostas são infinitas e quase nunca padronizadas. Algumas respostas mais comuns são: é para ser feliz, para fazer o outro feliz ou para  formar a minha família.

Seja qual for a resposta, o  certo é que ninguém casa para ser infeliz. Então se espera que ao se casar  os nubentes estejam conscientes que a vida a dois não é um mar de rosas, e que as  rosas existem com seus espinhos e que  espetam e precisam ser cuidados assim como as rosas. Não imaginem que sou contra o casamento, muito pelo contrário, amo esse trabalho que faço “uma terapia preventiva para os futuros casais”, que constitui de mais ou menos 10 sessões aonde os noivos podem conversar sobre si mesmos, verificar o conhecimento um do outro, por coisas complicadas (como ter filhos ou não) até as mais simples (quem organizará a casa, compras, será que é mais simples?).
Os noivos também passam por um momento de entrar em contato com a família de origem, a vida financeira e outros assuntos tão difíceis de acertar após já estarem juntos.

O certo é que as diferenças existem. Viva as diferenças! Entretanto elas podem somar num relacionamento a dois quando são ditas, trabalhadas e acertadas, sem que as expectativas sejam a única a coordenar a vida a dois. O acordo feito pelo casal neste momento poderá e deverá mudar no decorrer da vida dos dois, como nascimento de filhos, envelhecimento dos pais, saída dos filhos de casa, esquema de trabalho, desemprego e outras coisas que acontecem na vida individual que certamente afetarão a vida do novo casal.
O maior problema é quando se escuta a frase “eu pensei que você sabia”, a idéia que algumas pessoas tem que o outro advinha simplesmente pelo fato de te amar é utópica. O outro pode te conhecer bem para fazer uma surpresa agradável, mas ele tem que saber primeiro se você gosta de surpresas, se não já não será tão agradável. Conhecimento e autoconhecimento são fundamentais!

Como terapeuta de casal, costumo dizer que esta fase é mais gostosa, pois trabalho com casais antes da crise se instalar, desenvolvo junto com eles, uma forma única de se relacionar e resolver conflitos e os acompanho nos primeiros três anos de casamento, considerados, por especialistas, os mais críticos. É sem dúvida um trabalho preventivo e gostoso de fazer, sinto fazendo parte do crescimento dessa terceira pessoa que é o casal.

Não posso afirmar que este trabalho elimina futuras crises, mas que com certeza o futuro casal terá ferramentas necessárias para construir a sua casa com alicerces bem mais sólidos, isso eu posso afirmar.

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